terça-feira, 13 de agosto de 2013

Diário de férias (IV/2013)

Vir à praia aos domingos era para "patós" - aqueles q traziam a família toda, sogra incluída, mais o cãozinho, o farnel, o chapéu de sol, o jornal e o tinto e saiam com o inevitável escaldão -.

Não eram como nós, os habituais, q tudo dominavam desde as marés ("está a encher", "está a vazar", "hoje vamos ter ondas") até às digestões ("uma bola com manteiga é uma hora" ou "se formos já ainda damos um mergulho antes da digestão" - diz a lenda q há um intervalo entre o fim da comida e o inicio da digestão prai de meia-hora) passando pela magistral gestão do tempo e do espaço ("vamos comer já para ir antes de toda a gente" ou "bora jogar à carica na hora de almoç" - pq havia mais espaço).

Claro q esta regra de não haver praia aos domingos caiu quando fui para Lisboa estagiar e a Antena1 me permitia folgar aos fins-de-semana (um luxo). Nesse ano só houve praia aos sábados e domingos e já foi muito bom. Acabaram-se logo os complexos de superioridade.

Fui agora à beira-mar espreitar o mar. Ali para a esquerda, mais na zona da bola Nívea, lá estão os chapéus e as famílias grandes. Não deu para reparar no farnel, mas a geleira gigante lá está.

Sorri. Ainda há tradições.

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